Publicação da Agência Mural, site com notícias sobretudo nas periferias da Região Metropolitana de São Paulo, da conta de que somente em 2020, 156 pessoas caíram no vãos entre as composições e as plataformas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM. O levantamento feito por Lucas Veloso usou como base, dados até o dia 25 de junho, por meio da Lei de Acesso à Informação.
A Linha 12-Safira [Brás-Calmon Viana] atualmente é a ferrovia com mais acidentes, com 42 ocorrências. A com menos quedas foi a 10-Turquesa [Brás – Rio Grande da Serra], com 10 casos. Confira:
- Linha 7-Rubi: 15 quedas;
- Linha 8-Diamante: 16 quedas;
- Linha 9-Esmeralda: 37 quedas;
- Linha 10-Turquesa: 10 quedas;
- Linha 11-Coral: 20 quedas;
- Linha 12-Safira: 42 quedas;
- Linha 13-Jade: 16 quedas;
Curiosamente, a Linha 12-Safira, mesmo sendo uma das linhas com menor quantidade de passageiros transportados, aparece no primeiro lugar na lista. A ferrovia transporta uma média de 286,6 mil passageiros por dia útil, com base em dados de novembro de 2019, sendo a segunda linha com menos passageiros, atrás apenas da Linha 13-Jade.
Redução no número de casos
Apesar dos incidentes, na série histórica o número de quedas vem caindo ano a ano, de 2016 para 2019:
- 2016: 1033 casos;
- 2017: 989 casos;
- 2018: 782 casos;
- 2019: 745 casos;
- 2020 (até 25 de junho): 156 casos;
A empresa instalou redutores de vãos entre o trem e a plataforma em algumas estações, e tem planos de instalar os equipamentos em outras paradas. A empresa divulgou no Diário Oficial deste sábado, 08 de agosto de 2020, um chamamento público para posteriormente abrir uma concorrência pública para aquisição do material e serviço.
Curiosamente a Linha 12 também tem os passageiros mais mal educados. Embarcar em uma estação terminal no rush é participar do Animal Planet com o episódio da travessia do Rio Mara pelas manadas de gnus. Os embarques na Linha 10 são bem mais civilizados o que resulta em
números menores.
Passados ~25 anos da criação da CPTM, prossegue este imbróglio sem solução que seja necessário usar estribo nas portas e borrachões nas plataformas, obedecendo ao gabarito e acabar com aquele sofisma que o vão entre a plataforma e os trens era pelo fato de se trafegar trens cargueiros, pois as antigas composições da Budd da série 100 em aço inox que fizeram o trajeto entre Francisco Morato até Paranapiacaba por mais de trinta anos não as necessitavam, sendo que na época a quantidade do trafego de cargueiros era muito maior, e ainda existem algumas composições restauradas como testemunha desta minha afirmação para comprovar este fato.
-CPTM ViaTrolebus – 19/fevereiro/2019 “Trem da série 1100 anda sozinho na Estação de Jundiaí” Conforme demonstrado naquela foto comprova que os trens desta série nunca possuíram estribo, pois esta composição (1118) tem ~3,05m, trafegou por mais de trinta anos de Paranapiacaba até Francisco Morato e esta medida é o padrão da CPTM.
-Recordar é Viver ViaTrolebus – 14/agosto/2019 “Há 19 anos, atendimento de trem da CPTM era suspenso de Paranapiacaba em dias úteis”, Este outro documento fotográfico da Estação Paranapiacaba em curva com uma composição completa estacionada é mais uma prova irrefutável que os trens desta época e antes da criação da CPTM nunca possuíram estribo e possuem um vão dentro das normas em relação a plataforma na horizontal (menor do que 10cm), pois esta composição elétrica tem
De acordo com a norma que dispõe da acessibilidade e ergonomia em trens urbanos é a NBR-14021 da ABNT, e no item: 5.6.4 – Vão e desnível entre o trem e a plataforma 10 cm no máximo (horizontal) e 8 cm no máximo de desnível (vertical), porém ela não cita o uso de estribo.
Vale lembrar que enquanto o Metrô segue rigorosamente esta padronização e ainda está instalando portas nas plataformas para melhorar ainda mais a segurança, pois conforme apurado pela Folha no ano de 2016, mil pessoas caíram nos vãos das estações da CPTM, numa média de quase três acidentes diários.
Nota; Esta alteração de até três vezes da largura das carruagens teve prosseguimento no início das operações pela CPTM com a “introdução” de carruagens usadas da Espanha da década de 70 que possuíam a bitola ibérica e foram rebitolados e instaladas aqueles estribos, pois era impossível corrigir a largura dos carros ~2,9m, algumas destas composições ainda trafegavam na Linha 10-Turquesa até pouco tempo.