Via Trolebus no Chile – O Transantiago

O segundo capítulo do especial “Via Trolebus no Chile“, vamos abordar os sistema de ônibus da Região Metropolitana de Santiago: o Transantiago!

Impressões

A primeira impressão que se tem do sistema de ônibus é que as partidas das linhas são frequentes, mas que os veículos carecem de cuidado, onde é visível pichações e sujeira na carroceria. Mas a impressão relevante que fica do transantiago é a harmonia com o sistema metroviário, onde sistema de média capacidade complementa o de alta, ou seja, a rede metroviária.

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Ônibus de carroceria Caio Mondego, que atende ao centro da cidade

O sistema

Transantiago é o nome do sistema de transporte público da região metropolitana de Santiago. Em 2007 as autoridades locais lançaram o programa após regular as linhas existentes. Antes disso o sistema era pulverizado, operado por mais de mil operadores independentes, com sobreposição de itinerários e veículos antigos. A rede foi inspirada nos sistemas de Curitiba (Rede Integrada de Transporte) e Bogotá (TransMilenio). As pinturas dos veículos são dividas por cores que correspondem regiões distintas.

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Parada da Avenida Francisco Bilbao, próximo a estação de Metrô de mesmo nome.

O sistema é divididos em dois sub-sistemas. O primeiro, o tronco, complementam a rede do metrô, permitindo assim viagens entre as diferentes zonas da cidade. Já o segundo, o sub-sistema corresponde as linhas de alimentação local, que permitem viagens curtas e alimentam o metrô e as linhas troncais. É operado por onze empresas privadas. Grande parte dos ônibus são de procedência Brasileira, como as empresas Caio, Marcopolo e Busscar.

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Ônibus de carroceria Caio Mondego próximo a estação Francisco Bilbao

Bilhetagem

O sistema atual segue a premissa de alimentação e rede local, sempre integrado ao Metrô de Santiago. É praticado uma tarifa única por meio do cartão chamado de Bip!

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Ponto de ônibus no centro da cidade

Menos ônibus, com mais eficiência

As autoridades locais, ao racionalizar as linhas, reduziram o número de ônibus de 7,000 para 4,600 veículos, e por isso acabaram por reduzir as emissões poluentes. A redução no número de ônibus nem sempre significa redução da oferta de lugares. Santiago foi a prova.

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Ônibus de carroceria Marcopolo nas imediações do Parque das Esculturas

Estruturas

Parte das paradas de ônibus possuem sistema de pagamento antecipado que funcionam em algumas horas do dia. O sistema também é composto por corredor exclusivo, e faixa exclusiva, algumas delas com 3 faixas. É o caso da Avenida Libertador Bernardo O’Higgins, cujo a estrutura abriga uma ciclovia, 2 faixas de rolamento para carros, 2 faixas para ônibus e uma faixa adicional para paradas de coletivos e carros. Por debaixo da avenida corre a Linha 1 do Metrô, sendo talvez a maior prova de que modais podem se completam, ao invés de competirem.

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Foto da Avenida Libertador Bernardo O’Higgins, extraída através da janela de um ônibus de 2 andares que liga a estação central até o aeroporto de Santiago
Novo caio Mondego que vai prestar serviços em breve no Transantiago
Novo caio Mondego que vai prestar serviços em breve no Transantiago
Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.