Colaboração de Caio Lobo e Gabriel Garcia
“A ultima vez que um trem esteve em Guarulhos foi na década de 60”. E assim se iniciava a visita monitorada nas obras da Linha 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM, na qual o Via Trolebus participou, e conta a seguir:
A linha:
A nova ferrovia terá 12,2 quilômetros de extensão, sendo que uma parte do trajeto será feita em superfície (4,3 km) e outra em elevado (7,9 km).
As obras foram iniciadas no final de 2013 e são divididas em quatro lotes pelos consórcios que ganharam a licitação: HFTS Jade (Helleno e Fonseca-Trail-Spavias) e CST Linha 13-Jade (Consbem-Serveng-TIISA). Foram instalados os canteiros de obras do lote 1, próximo à estação Engenheiro Goulart e o canteiro de obras do lotes 2 a 4 situado às margens da avenida Hélio Smidt, próximo a Rodovia Presidente Dutra.
As estações:
Estação Engenheiro Goulart
Parada inicial da Linha 13, a antiga estação da Linha 12-Safira foi demolida, dando lugar a um novo prédio que será o ponto de conexão da nova ferrovia, com o restante da malha metroferroviária. Terá plataformas centrais. No piso superior haverá conexão com uma rampa de acesso ao Parque Ecológico do Tietê, além de um bicicletário, possibilitando acesso com uma ciclovia existente na região.
De acordo com um dos engenheiros que acompanharam a visita, no final de agosto chegará uma parte do material de cobrimento da cobertura; A CPTM trabalha para finalizar a estação em 2017. No local serão instalados 8 escadas rolantes entre mezanino e plataforma;
Estação Guarulhos – Cecap
A segunda parada terá plataforma central, e passarela com acesso apenas de um lado, possibilitando os passageiros a chegarem do trem ao Hospital Geral de Guarulhos e ao Terminal Rodoviário da cidade.
Um dos engenheiros nos contou que por conta da baixa demanda do outro lado da Rodovia Hélio Smidt, o projeto não contou com uma passarela sobre a via.
Estação Aeroporto de Guarulhos
Estação terminal da Linha 13 terá plataformas laterias, e deve atender a 60 mil passageiros por dia. Um dos lados dará acesso ao Terminal Taboão da EMTU. Do outro, os passageiros poderão acessar o complexo do aeroporto e um eventual serviço que ligue o local com os terminais de embarque. Falou-se na construção de um sistema de People mover, no entanto o projeto do meio de transporte está a cargo da GRU Airport.
O empreendimento terá 8 escadas rolantes entre mezanino e plataforma, 2 escadas rolantes nos acessos. As passarelas públicas devem funcionar 24 horas para atendimento dos funcionários e moradores da região.
Na parte inferior da estação haverá Ponto de ônibus na Rodovia Hélio Smidt, além de baias para embarque e desembarque de passageiros dos automóveis. Após a estação, está sendo construído mais um trecho de aproximadamente 1 km para a área de manobra dos trens.
Operação
A viagem entre Engenheiro Goulart e o Aeroporto será de 17 minutos, com intervalo entre os trens de 8 minutos. Devem ser atendidos 120 mil passageiros dia. A linha terá mão inglesa.
A manutenção dos trens será a mesma das linhas 11 e 12, assim como a estocagem das composições. Estão sendo construídos também 3 subestações e 2 seccionadoras, para o sistema de energia.
Trens
Os 8 trens que devem operar na Linha 13 serão licitados entre setembro e outubro, e seguem as mesmas caraterísticas das demais composições, com um diferencial de portar bagageiros. Terão financiamento pelo Banco Europeu de Investimentos (BEI).
Futuras Expansões
Está na fase do projeto funcional futuras expansões, em uma ponta rumo a Estação Chácara Klabin, que abriga as linhas 2-Verde e futuramente 5-Lilás, e a leste de Guarulhos até o Jardim São João.
Números e curiosidades
– 2 mil operários nas obras;
– Atravessa 2 rios;
– 120 mil passageiros dia serão atendidos;
– 4 espaços socioambientais para atender à população;
– “Prazo violento na primeira ordem de serviço”, comentou um dos engenheiros sobre entrega da linha;
– 17 minutos de viagem;
– Intervalo de 8 minutos entre os trens;
– R$ 1,8 bilhão, sendo as obras civis financiadas pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e recursos do Governo do Estado de São Paulo (GESP), e a energia, sinalização e telecomunicação pela Caixa Econômica Federal (CEF/PAC);
– Vigas são içadas na Rodovia Hélio Smidt durante intervalo dos voos;
– Problemas com desapropriações contribuíram para lentidão a obra;
– A via elevada terá isolamento acusto na região da USP leste;
– Todos os AMV’s (Aparelhos de Mudança de Via) serão no padrão UIC;
– Será erguido um viaduto estaiado sobre a Rodovia Hélio Smidt;;
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