Nesta semana, um trem do Expresso Turístico da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM desceu a serra e fez testes em trilhos da Baixada Santista.
Segundo declarações do deputado estadual Kenny Mendes, o projeto poderá entrar em vigor ainda neste ano. O parlamentar diz ainda que outras estações estão sendo estudadas para serem colocadas no trajeto, e o valor das passagens seria entre R$ 15 e R$ 20.
Segundo apuração do G1, o projeto nasceu em junho do ano passado, e o trem poderia subir e descer a serra para o transporte de passageiros de São Vicente, Santos e Guarujá até São Paulo e vice-versa. O sistema atenderia ainda Cubatão, antes da Serra, e seria integrado com o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT).
“A locomotiva é da CPTM, mas o serviço seria operado pela EMTU. Realizamos o primeiro teste e tudo correu bem, foi um sucesso. A implantação do serviço dependerá dos próximos testes, mas a ideia é que entre em vigor ainda neste ano”, afirma o deputado.
Faltam trens
Não ficou claro na fala do deputado quais trens cobririam o trajeto, já que os testes foram feitos com um comboio do Expresso Turístico.
Trem Intercidades
O anúncio acaba sobrepondo outro projeto do Governo Estadual, que é o Trem Intercidades, que pode surgir como terceira fase da malha, depois do eixo São Paulo – Campinas – Americana e São Paulo – Vale do Paraíba.
Eles deviam começar com um Projeto de Trem Intercidades entre Samaritá até Cajati (antigo Ramal de Juquiá) pois a RUMO vai devolver o ramal de volta para o Governo por ser inviável para cargas e boa parte de seu leito está preservado permitindo que ele seja reativado sem a necessidade de grandes desapropriações e fora o fato que Samaritá vai contemplar a 3º fase do VLT de Santos (expansão Barreiros – Samaritá).
Não existe atualmente a mínima possibilidade técnica da proposta deste deputado ser efetivada, pois trens e locomotivas até tem em bom estado, mas faltam “apenas” as linhas.
Em quaisquer ferrovias do mundo com raríssimas exceções a parte mais rentável é a carga, e no Brasil não é diferente!
Existe um estudo mais atual, moderno e consistente que seria uma ligação concomitante e paralela Rodo-Ferroviária entre Parelheiros e Itanhaém, interligada com o Rodo e Ferroanel, cuja logística e custo econômico é menor em aproximadamente 25%.
Lembrando que as duas linhas ferroviárias utilizadas pela MRS da antiga FEPASA (Sorocabana) para realizar esta ligação planalto litoral já se encontra saturada, pois possui uma demanda muito maior, o que a torna inviável o seu aproveitamento para trens de passageiros, o mesmo ocorrendo com a inviabilidade de recuperação do obsoleto sistema funicular.
Sendo assim, existe a necessidade dos dois novos modais rodoviários e ferroviários serem construídos de forma concomitante, e os ferroviários utilizados de forma compartilhada inicialmente, pois somente após a demanda do trem de passageiros for suficiente se possa separar.